Vivemos em uma
sociedade onde a preocupação com o coletivo ou colocar-se no lugar do outro, é
cada vez mais raro. No entanto, dois acontecimentos deixam a sociedade, as
pessoas, sensíveis, e são justamente aqueles que marcam o inicio e o fim de
nossas passagens na terra, o nascimento e a morte.
Este fim de
semana a morte da apresentadora Hebe Camargo, causou espanto naqueles que
admiravam ou não o seu trabalho na televisão. Hebe Camargo, assim como todos os
que passam por aqui, deixa ensinamentos. Para a grande maioria como disse bem o
jornalista Leandro Braga de Almeida a “Hebe
é a representação de tudo o que queremos ser: ricos e felizes.” Mesmo não discordando de sua afirmação o legado
que Hebe deixa para o brasileiro é muito maior que o estereótipo de riqueza e
glamour.
Ao longo de sua
carreira Hebe tomou posicionamentos políticos criticados por muitos, ou opinou
sobre aquilo que não tinha pleno conhecimento do assunto, e também foi
criticada e pagou caro por seus posicionamentos, como o fim de seus programas
ao vivo, queda na audiência, mesmo depois reconhecendo seus erros. Diversas
vezes pude assisti-la vestida de verde e amarelo, esbravejando sua indignação,
ao seu modo, quanto ao sistema que vivemos.
Os mais
próximos conhecem meu asco pelo Brasil, e interessante que Hebe representou um
brasileiro que morreu antes dela, um brasileiro que “dava a cara a tapa”, que
defendia aquilo que acreditava, que sabia reconhecer o seu erro e era solidária
ao seu modo. Em tempos onde as manifestações sociais se resumem as redes
sociais, e as pessoas tem medo de dizer o que pensam independente de seu
posicionamento político, Hebe deixou o exemplo do falar naquilo que acredita,
coisa rara hoje na sociedade e nas mídias tradicionais.
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